PROMANDA - Projeto Mandaçaia


O PROJETO


O Projeto ProManda, tem como objetivo divulgar e popularizar o conhecimento das abelhas indígenas sem ferrão (meliponíneos) e os impactos humanos a esses serem e ao ambiente, através do teatro de bonecos. Grande parte dos vegetais dependem exclusivamente da polinização realizada pelas abelhas, que ao se movimentarem sobre as flores em busca de pólen promovem a fertilização das plantas, assegurando a sua multiplicação e perpetuação. No caso, os meliponíneos, contribuem com até 90% da polinização das árvores nativas brasileiras (Rodrigues, 2005). A popularização desse animal e sua conservação são importantíssimas para o ciclo da vida. 
 
Esse projeto desenvolve-se no litoral do Paraná, uma da regiões de maior área contínua de Floresta Atlântica do Brasil, um dos hotspots do planeta. Apesar de a região estar integrada a Unidades de Conservação, é possível encontrar uma série de impactos que envolvem o uso indiscriminado de agrotóxicos, desmatamento, introdução de espécie exótica, extrativismo ilegal, caça de animais silvestres, tráfico de animais, contaminação portuária, uso e ocupação do solo desordenado, turismo de massa e outros que contribuem para a degradação das Unidades de Conservação e para a deterioração da qualidade de vida da população e que se traduz em um dos Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) mais baixos do Estado. Por conta de tantos impactos aos remanescentes florestais, uma das principais espécies atingidas são as abelhas nativas (meliponíneo), no caso, as abelhas Mandaçaias.
 
Os meliponíneos são abelhas indígenas, sem ferrão, encontradas nas regiões tropicais e subtropicais do mundo. No Brasil existem centenas de espécies descritas, das quais as mais populares da Floresta Atlântica são a jataí (Tetragonisca angustula), mandançaia (Melipona quadrifasciata) e uruçu (Melipona scutellaris). São insetos de extrema relevância social, econômica e ambiental, uma vez que grande parte das florestas e plantações brasileiras depende exclusivamente da polinização realizadas por estes insetos. Além da função de preservação do ambiente, sua criação serve como alternativa para a melhoria da qualidade de vida de pequenos agricultores familiares. Por isso a grande importância de se conservar esses insetos, evitando-se o desmatamento, queimadas e principalmente o uso de agrotóxicos. 

Contudo, para que exista a conservação é imprescindível trabalhar com a sociedade. É necessário que haja ações de sensibilização do ser humano em relação à temática ambiental, que haja divulgação científica através de atividades lúdicas para o desenvolvimento de atitudes mais responsáveis, mais ecológicas, mais humanas e crítica em relação ao ambiente, com objetivos de mudanças de comportamento e costumes, principalmente com aqueles que serão o futuro da humanidade, as crianças. Práticas lúdicas além de prazerosas, estimula a curiosidade do público, o que auxilia no desenvolvimento de intelecto.

Como já dizia Paulo Freire “Não basta saber ler que Eva viu a uva. É preciso compreender qual a posição que Eva ocupa no seu contexto social, quem trabalha para produzir a uva e quem lucra com esse trabalho.”

Unidades de Conservação do Litoral do Paraná

 
Textro extraído do Projeto de Aprendizagem, intitulado "Divulgação Científica das Abelhas Nativas através do Teatro de Bonecos", da Bacharel em Gestão Ambiental,  Juliana Melchiori Oliveira Couto. Matinhos - Junho 2011. Universidade Federal do Parana - Setor Litoral




O SURGIMENTO DO TEATRO: "O SUMIÇO DA MANDAÇAIA"


A idéia do teatro surgiu no início de 2010. Na época a estudante do curso de Bacharel em Gestão Ambiental, Juliana Melchiori, realizava uma oficina de Meliponídeos (abelhas brasileiras), ministrada pelo Prof. Hermes Palumbo. Sua paixão pelas abelhas brasileiras chamou atenção da aluna, que até então, nunca tinha ouvido falar nesses animais e de sua importância no ecossistema. Inspirada, escreveu um roteiro de uma peça teatral, intitulada "O Sumiço da Mandaçaia", dando origem ao projeto PROMANDA. Na mesma época, o Prof. Renato Bochicchio, desenvolvia um projeto chamado Meliponário-Didático-Labmóvel. Interessado pelo teatro, formaram uma parceria, onde Bochicchio custeou o material para a peça. Vários estudantes e bolsista do projeto - Denise Lima, Elizangela Sarraff, Otávio Girardi, Nicolle, Priscila Ferreira, Priscilla, Fabiele Oliveira, Val Costa, Rick Badra, Ciro Jr, Caio Votta e Lucas Tibucas - ajudaram na realização do teatro. Um verdadeiro trabalho em grupo. A peça foi presentada na V Feira de Profissões da Universidade Federal do Paraná Litoral (UFPR-Litoral).

Em seguida, a aluna do curso de Licenciatura em Artes, Elizangela Sarraff, na época bolsista do Projeto GAIA-Labmóvel, coordenado pelo Prof. Antonio Serbena, convidou Juliana para participar do 10ª Festival de Formas Animadas, ocorrido no município de Jaraguá do Sul. Lá foi possível entrar em contato com o maravilhoso mundo do teatro de bonecos. Após alimentar a alma com tanta arte, Juliana escreve uma nova peça teatral, porém de bonecos. Com apoio do projeto Labmóvel, da Universidade Federal do Paraná Litoral, Elizangela e Juliana confeccionaram os bonecos. Após a confecção, Juliana inicia os ensaios com Renata Lays e Ciro Jr., na época, estudantes do curso de Agroecologia.

Em outubro de 2011, o projeto PROMANDA ampliou. Transformou-se em Grupo Guapuruvu - Educação com Arte, Amor e Espiritualidade, onde se propõe um conceito diferente para se trabalhar a educação, não somente com teatro, mas com outros métodos lúdico-educativos que o campo das artes proporciona. Para tanto, uniram-se à Sociedade Cooperativa Motirõ, com objetivo de ampliar as atividades para o município e litoral.  


REALIZAÇÃO


 APOIADORES 






 FOTOS POR ANTONIO LIMA


Os Agricultores Batista e Chico

Os músicos Rick, Ciro, Tibucas e Caio

Nos bastidores: (esq. p/ dir.) Denise, Fabiele, Juliana, Priscila

As abelinhas Manda e Melácia